quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Resenha crítica do filme "Intrigas de Estado"


Suspense e drama são o que vai encontrar em Intrigas de Estado. O protagonista é Cal McAffrey (Russell Crowe), um jornalista que trabalha há anos no impresso The Washington Globe. No começo do filme, a grande notícia é a morte de Sonia Baker, uma assistente de um congressista americano. Este é amigo de faculdade de Cal e chama-se Stephen Collins, interpretado por Ben Affleck. Juntamente com Della Frye (Rachel McAdams), que trabalha para a parte online do veículo, Cal vai investigar mais a fundo essa história.
Vários dilemas do jornalismo são apresentados no filme. O primeiro, e constante durante todo o longa, é o fato de Cal ser amigo de Stephen. É um problema ético, pois o jornalista já possui um envolvimento com a fonte e poderia tentar favorecer o político. O melhor talvez fosse se a história tivesse uma investigada por outro repórter. Decorrente do mesmo problema está a separação amigo/profissional. Stephen tem dificuldades em saber quando está falando com seu colega de faculdade ou com um jornalista, assim como Cal às vezes não sabe qual dos dois é no momento.
O conflito impresso/online também é visto aqui. Cal parece o típico profissional de jornal do imaginário do cinema: mais velho, com o mesmo computador há 16 anos, investigador. Já sua colega Della é jovem, inexperiente e mais conformada com a preocupação dos donos do veículo em vender. Os dois têm algumas discussões. Em um dado momento, Cal diz que são os jornais que fazem as matérias investigativas. A chefe do Washington Globe, Cameron Lynne (Helen Mirren), está sempre recebendo reclamações dos donos, que querem mais resultados nas vendas. Ela faz uma ponte entre a redação e o topo da hierarquia da empresa, tentando conciliar interesses. Surge aí um fator que o jornalismo atual vive: os conglomerados de mídia. O Washington Globe pertence a uma grande corporação, cujo interesse parece pender mais para os lucros do que para a relevância e conteúdo das matérias. Como fazer jornalismo dentro de um conglomerado?
A parte especulativa da grande mídia também foi abordada. Logo após a notícia de que Sonia Baker havia morrido, já se falava em um caso amoroso dela com Collins e na morte ser suicídio, tudo com pitadas de sensacionalismo. Na verdade, pouco havia de concreto sobre o caso e a impressão era de que a mídia estava mais interessada em criar polêmica do que em investigar melhor o assunto. Uma das grandes questões do filme também é o lado investigativo. Qual é o limite? Até onde o jornalista pode ir? Como delimitar a área do jornalismo e da polícia? Até quando segurar uma matéria que ainda não foi totalmente investigada, mesmo sofrendo pressão dos donos do jornal? E o risco de levar furo da concorrência? Como saber se chegou o final da investigação e não existe mais nada a ser descoberto? Isso tudo é discutido entre Della, Cameron e Cal constantemente.
É interessante assistir a um filme sobre jornalismo investigativo com tantas discussões pertinentes nos dias atuais. No entanto, por ser obra ficcional, concessões devem ser feitas para a atuação de alguns personagens em situações que provavelmente não ocorreriam na vida real. É um suspense divertido e emocionante, daqueles em que se espera ansiosamente o desenrolar das cenas. As performances são excelentes, o elenco é de primeira linha. O diretor Kevin Macdonald é o mesmo de O Último Rei da Escócia e um dos roteiristas, Tony Gilroy, é o mesmo de Conduta de Risco, que concorreu ao Oscar em 2007, e da trilogia de filmes de ação Bourne

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Democracia na era digital


A inclusão digital é um dos assuntos mais debatidos no século XXI. Desde a invenção dos computadores até a popularização da internet, a mídia ficou super estimada pelo mercado de trabalho e pelo uso cotidiano. A cultura de tecnologia foi desenvolvida na população, porém não atingiu todas as classes ou até mesmo todas as gerações de forma igualitária. As classes mais pobres da sociedade não foram incluídas integralmente e as gerações mais velhas ainda têm barreiras com o tema. A era digital se mostra apenas para os mais jovens, com maior poder aquisitivo e conhecimento.

Apesar de ser tida como um meio democrático, a internet é seletiva em relação ao seu público, pois seu acesso tanto pode ser restrito por senhas pagas quanto limitado por custos de aparelhos para acessá-la. Segundo o professor do programa de estudos pós-graduados em comunicação e semiótica da Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Eugênio Trivinho, em entrevista dada a ISTOÉ no dia 23 de setembro de 2009, existe um capitalismo virtual que exige do indivíduo uma atualização constante com a tecnologia. Para ele uma pessoa que não se atualiza constantemente não terá garantido o seu dia de amanhã na esfera virtual. “Ninguém tem, exceto os dromoaptos, aqueles que têm a capacidade de ser velozes no trato com as senhas infotécnicas e condições financeiras para bancar a sua inclusão permanente na cibercultura. É uma elite com capacidade econômica e cognitiva e, principalmente, vontade de acompanhar as reciclagens”, comenta.

“A inclusão digital é um mito”, afirma Trivinho. Percebe-se que se faz necessário primeiro a inclusão social, com educação, saúde e estrutura urbana para que então possamos construir a esfera digital de forma verdadeiramente democrática. Apenas o computador com acesso à internet não significa o seu bom uso pelo indivíduo, precisamos educá-lo para melhor usar a mídia em seu benefício. O capitalismo virtual tem que ser debatido e o papel da indústria de tecnologia apenas com a perspectiva de lucro superada para que a população possa ter acesso a equipamentos que tragam qualidade de vida e informação.


Deve-se questionar o papel do estado com investimentos em pesquisas que desenvolvam máquinas de alta tecnologia mas com preços populares. Entende-se que a inclusão digital está diretamente relacionada ao direito à educação e à informação, sendo assim, deve ser encarada como direito constitucional e gerida pelo estado. A internet banda larga sem fio também deve ser providenciada pelo estado para o facilitamento do processo e minimização de custos para o cidadão.





quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Campanha de vacinação supera expectativas



Quase 21 milhões de crianças menores de 5 anos foram vacinadas durante a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite, segundo o Ministério da Saúde. Realizada em todo o país, o movimento distribuiu 48 milhões de doses e tinha objetivo de imunizar 14,6 milhões de crianças, representando 95%, meta mínima exigida, dos menores de 5 anos.



Os dados divulgados são parciais e ainda podem sofrer alterações até o fim de agosto, à medida que os estados e municípios atualizem o banco de dados do Ministério da Saúde. As crianças que ainda não foram vacinadas devem ser levadas pelos responsáveis a um dos 115 mil postos de vacinação montados nas unidades de saúde mais próximo. A vacina continua disponível na rede pública.